Texto do Professor Anderson Pinho (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=z5TF-B_3rjg) De acordo com Sérgio Ricossa, economista italiano de orientação não keynesiana, talvez Keynes não seja o maior economista de nosso século, mas sua Teoria geral tem toda probabilidade de ser o livro de economia mais citado. E há razões para isso. Saído em 1936, ele fornecia ampla explicação teórica da misteriosa catástrofe econômica iniciada em 1929: um colapso repentino dos preços, da produção e da ocupação, um retorno difuso da miséria em nações que haviam demonstrado saber ser ricas. Ao mesmo tempo, a Teoria geral fundava novamente sobre bases novas a ciência econômica, e fornecia aos homens de governo um novo modo de fazer política. Embora pretendendo salvar o regime da propriedade privada, Keynes considerava absurdas as pretensões do liberalismo desenfreado, e era de opinião que seu trabalho provocaria “grande mudança” e subverteria “os fundamentos ricardianos” do marxismo. Já como aluno de Marshall, dotado de forte senso prático, polemista brilhante e conhecedor de vastas áreas da matemática, Keynes influiu de modo decisivo e direto sobre a política de seu pais. Seu ponto de honra foi o de ter resolvido a maior crise do capitalismo sem ter abraçado o marxismo.